Impressões

 

 

nádia nogueira

Nádia Nogueira

É sempre bom e importante ir para a rua. O difícil é transportar um trabalho que foi construído num espaço fechado (residência artística) para um espaço de uma feira, e aqui residiu o nosso desafio. Conseguir manter, no contacto com o público/fregueses, a intensidade do trabalho desenvolvido no estúdio.

Neste desafio está também presente o melhor do trabalho, o contacto com as pessoas, foi uma óptima descoberta; as cantigas, os desenhos, as quadras, as desgarradas, as histórias, tudo aquilo que quem por ali passou quis deixar como forma de pagamento.

O trabalho com o grupo foi muito bom e a descoberta das personagens na improvisação, o trabalho de voz, a construção de cantigas e as discussões à volta do tema foram os pontos fulcrais da residência. Para mim foi um motivo para aprender e para continuar a querer trabalhar com a arte e com as pessoas.


diogo andrade

Diogo Andrade

O formato de residência artística faz todo o sentido - termos tido um período de residência anterior à intervenção foi fundamental para reflectir, incorporar e amadurecer as ideias.

De início achava que ia ser mais performativo, mas depois descobri que esse não era o objectivo, no entanto acho que este tipo de intervenção deve ser feita por artistas, nomeadamente actores. Isto porque há uma espécie de role-play necessário.

A acção na feira teve sempre um bom ritmo, apesar de alguns momentos mais calmos.

Em relação ao desempenho pessoal senti que estava a trabalhar bem quando as pessoas nos ouviam e falavam de si próprias. Destaco a importância da relação que se estabeleceu com público, isso foi uma aprendizagem para mim: não querer provocar algo mas sim deixar que algo aconteça.

A reflexão do primeiro dia foi muito enriquecedora, o trabalho de observação na feira (na 6ªfeira) e o trabalho de incorporação foram uma forma inteligente e eficaz de abordagem do tema.

O trabalho da voz e a criação em conjunto foram muito importantes em termos de apoio.

Senti que foi pouco tempo. É tão importante que é pouco. Dá vontade de estar mais tempo com as pessoas, ficar a conhecê-las e trabalhar com elas de forma mais regular, mais intensa e mais intensiva.


pedro sousa

Pedro Sousa

Para mim esta residência foi uma experiência totalmente nova, tanto na tipologia do trabalho bem como no formato da mesma. O trabalho preparatório realizado nas instalações da Associação foi muito bom, embora tenha sentido a necessidade de mais um ou dois dias para sedimentar as ideias mas ainda assim com os espaços de reflexão que existiram foi possível um "parar para pensar" no fervilhão de ideias que foram surgindo. Os momentos de conversa nocturna sobre variados assuntos também tiveram um papel muito importante para criar uma maior união no grupo.

Embora não estando explícito no início dos trabalhos mas em aberto, a utilização de uma parte musical durante a performance começou a criar forma durante a residência mas, infelizmente, devido à limitação de tempo, não foi possível aprofundar um pouco mais esta vertente artística embora o resultado final foi bastante positivo.

O que também foi muito útil para esta pesquisa de uma personagem de feira, para além da visita prévia à feira, da selecção dos figurinos, dos exercícios de improvisação, foi o trabalho de voz realizado, criando assim uma maior proximidade com todo este imaginário feirante.

A experiência no local da feira teve um arranque um pouco indefinido e difícil, no que diz respeito ao aliciamento das pessoas para com a esta iniciativa mas depois melhorou bastante até chegar a uma altura onde, muito graças ao feedback dado pelas pessoas que entravam de bom grado na partilha, a afluência estava com um rítmo muito bom criando assim um óptimo ambiente de cultura popular.

Gostei muito de ter trabalhado nesta residência, na qual estive sempre presente de corpo e alma, tanto na pesquisa bem como na feira, a qual me deu a conhecer o meu lado comunicativo e relacional com o Outro.


margarida vasconcelos

Margarida Vasconcelos

No geral gostei da experiência. A residência foi muito saudável. Senti falta de mais um dia antes de ir para a feira. Mas gostei da evolução e na feira acho que resultou.

Adorei o contacto com as pessoas, agradeço estar aqui por isso. E questionei-me: basta isto? Ou é a questão da troca?

No início éramos estranhos, o início foi difícil, senti também que não houve um início claro, faltou uma direcção para começar.

Foi bom ter utilizado a personagem, embora ela fosse desaparecendo à medida que o contacto com as pessoas foi sendo maior.

Era difícil manter as pessoas, foi uma aprendizagem; o que dizer? Como dizer? Foi bom ter trabalhado a personagem.


diogo martins

diogo deCalle

Extremamente importante a criação de personagem para criar relação. De um modo geral fomos bem sucedidos, embora algumas pessoas fossem lá mas não levassem nada em troca. Este trabalho tem um carácter de Work in Progress, ou seja, poderia ser feito noutros locais, estudando outros públicos, registar as diferenças…

As nossas intervenções foram orgânicas. E foi bom não só ao nível performativo como ao nível do contacto com as pessoas. Para além do acolhimento e do espaço que foi muito bom!

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